maio 13, 2010

Os incentivos marginais à marginalidade!

O Sensei já trabalhou num sitio em que a rotação de funcionários era muito elevada e geralmente, quem tinha alguma capacidade aguentava as pancadas durante 2 ou 3 anos e depois saia para outro lado já com muita bagagem, curriculo, conhecimento e acima de tudo capacidade negocial para ir para melhor. Mas depois havia sempre aqueles que já lá estavam há 5, 10, 15, 20...1000 anos e nunca tinham saído...e em relação a estes, a convicção de todos os outros, os que estavam lá só para aguentar as pancadas uns tempos e depois sairem era, basicamente que quem ficava lá mais tempo enquadrava-se, invariavelmente em uma de duas categorias:
1 - Está já lá em cima e por isso anda aqui a chular os outros todos e por isso não tem interesse nenhum em melhor o estado das coisas porque para ele tudo corre bem desde que a carteira continue bem cheia.
2 - Está lá porque simplesmente não tem capacidade para mais e então ninguém lhe pega lá fora.

Ora o Sensei saiu desta empresa e pensava que estava livre deste cenário que acabou de descrever mas, aparentemente, esse cenário voltou à vida do Sensei mas agora numa dimensão muito maior...deixou de ser o cenário da empresa onde o Sensei trabalhava para passar a ser o cenário do País do Sensei...é que quer queiramos, quer não, em Portugal, da forma como os nossos belos politicos nos geriram, gerem e continuarão a gerir, o incentivo é mesmo só um SAIR...ir para outro País! É que quer-me parecer que, neste momento, só cá fica quem:

1- Não consegue arranjar qualquer coisa de qualidade minimamente aceitável noutro país ou por motivos familiares e sociais não pode rapidamente decidir ir para o outro lado do Mundo.

Ou então...

2- Está já lá em cima e por isso anda aqui a chular os outros todos e por isso não tem interesse nenhum em melhor o estado das coisas porque para ele tudo corre bem desde que a carteira continue bem cheia.

Na sequência desta categoria, cria-se ainda uma outra...

3- Quem aparentemente está bem lá em baixo mas que à conta de lhes serem dados apoios de mão beijada para simplesmente estarem o dia todo de cú no sofá ou porque são minorias "desquecidas e ostracizadas" que não têm bracinhos e perninhas, passam a vida sem mexer a puta de uma palha enquanto os parvos do costume estudam, lutam, trabalham, sacrificam-se para no final do dia serem ainda chamados a pagar uma factura de um jantar do qual não comeram nem um migalha.

É por essas e por outras que a genialidade de coisas como esta que vos escrevo seguidamente é e continuará a ser um importante lema de vida:

Meu amigo, isto o que aconteceu foi muito simples, meu amigo. O que aconteceu foi que eu chego aqui e sou logo confrontado com certas e determinadas situações, hã? E eu digo: “Então, mas como é que é?”
E os gajos “Ah e tal!”
E eu “Ah e tal, não!”, “Ah e tal, não!”, então eu venho lá de baixo dizem-me não sei quê, chego cá a cima afinal parece que não, em que é que ficamos?
E os gajos “Ah, não sei que mais e o camandro…”
E eu “Maaau. Tu queres ver que a gente tem de se chatear?”. Porque isto não pode ser, eu sou um gajo que está aqui a trabalhar, eu quero trabalhar, hã? E… e dizem-me, como eu aqui ouvi, dizem-me “ah, não sei quê…”. Mas o que é isto? Que é isto? Que isto não se faz… porque eu sou um gajo que dou-me bem com toda a gente, sim senhor, dou-me bem, por mim está tudo bem e fazem-me isto e há gajos que andam aí e fazem trinta por uma linha e depois, passa tudo incólume, que é coisa que eu não percebo! É que eu assim, não venho… deixo de vir aqui, vou fazer a minha vida para outros sítios, sítios onde inclusivamente malta me diz “Eh pá e tal, sim senhor”, é para lá que eu vou, deixo de vir aqui, pá! Hã? Porque quando eu vejo que há aí palhaços, pá, que falam, falam, falam, falam, falam, falam, pá, e eu não os vejo a fazer nada, pá, fico chateado, com certeza que fico chateado, pá! Está a perceber? Ah!

2 comentários:

  1. Antes de no teu texto teres tornado a coisa ao nível nacional, esqueceste-te de referir que também naquela empresa havia um tipo três. Aquele que sabia a merda toda que aquilo era, que estava a meio entre os que cagam e os que são cagados, logo também cagado, mas que já vislumbrava o plano nacional e que assim como assim: Mal por mal!!!!!!!!

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  2. Efectivamente o Sensei "desqueceu-se" do terceiro tipo de pessoas na empresa...os que lá estavam, viam o que tinham acima, viam o que existia cá fora e iam ficando até ser a altura certa de voarem para bem longe daquela árvore...não eram muitos, mas eram com quem o Sensei mais gostava de trabalhar...pq sempre dava para nos desviarmos das "balas de merda" que vinham de cima em conjunto...;)

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