O Sensei hoje foi novamente assaltado pela bonita imagem de um Portugal verdadeiramente livre e dono dos seus destinos, um Portugal pós-revolução violentíssima que retirasse do sorriso dos políticos nacionais o sentimento de impunidade que desde sempre ostentaram. É o que acontece quando se ouve um Ministro das Finanças e um Primeiro-ministro a escusarem-se a pedir Desculpas aos Portugueses pelas merdas que fizeram e pelos sacrifícios que agora nos vêm pedir para fazer e, ao invés dizerem que pedem "compreensão"!!!
Compreensão?! Porquê?!
Fomos nós, os Portugueses, que gerimos mal o dinheiro que todos os meses nos tiram em impostos, taxas e taxinhas? Impostos esses que nos colocam no topo dos países com maior carga fiscal!
Fomos nós que enriquecemos indevidamente com as luvas, comissões, desvios, compadrios e afins?
Fomos nós que recebemos salários obscenos para irmos de vez em quando à AR fingir que discutimos o futuro do país quando na realidade estamos lá apenas em conversa de café uns com os outros e ao mesmo tempo ainda recebem reformas disto e daquilo sempre em regime de acumulação?
Fomos nós que tomámos más decisões económicas, fiscais, sociais, culturais e principalmente educacionais?
E a lista poderia continuar e continuar e continuar...mas a resposta a tudo isto seria sempre a mesma...NÃO!
A culpa dos portugueses é apenas uma...serem demasiadamente pacíficos e aceitarem como o seu fado terem que sofrer, serem enganados e roubados por aqueles a quem delegámos o nosso poder de decidir os destinos deste nosso país. Somos culpados por não termos mostrado no passado que quem se mete connosco e com a nossa liberdade e qualidade de vida paga muito caro…demasiado caro para que tenham o mínimo incentivo a alguma vez nos desrespeitarem…afinal, nós é que somos os patrões dos políticos e não o contrário!
A democracia como a temos actualmente mais não existe que durante um segundo…o segundo que demoramos a meter uma cruz num quadrinho num papelinho…de 4 em 4 anos! E termina nesse exacto instante e porquê?! Porque no momento em que é formado um Governo que deveria representar os interesses de um povo e que deveria reflectir o posicionamento ideológico da maioria dos eleitores…os interesses próprios, as agendas próprias e os desvios face ao prometido em campanha mais não são que uma certeza absoluta…uma inevitabilidade eterna! A ilusão de que somos nós que definimos o rumo do nosso país não mais é que isso mesmo…uma ilusão!
Ninguém lê os Programas de Governo dos diversos partidos…e se os lêssemos…estaríamos a ler ficção que na prática não se iria concretizar porque os nossos políticos acham-nos um bando de parvos de quem se podem aproveitar impunemente…e assim continuarão até ao dia em que lhes provemos do contrário de forma tão forte e veemente que nunca no futuro outros ousem pensar o mesmo!
A democracia só seria uma realidade absoluta no dia em que cada decisão dos governos fosse aprovada no momento pela maioria dos portugueses…e para isso não precisaríamos de representantes…deixaríamos de precisar de políticos...e nesse momento sim, seriamos nós os culpados por tudo o que acontecesse no nosso país…e não merecíamos um pedido de desculpas de ninguém porque a culpa mais não era que inteiramente nossa.
Como essa ideia futurista não é realizável…pelo menos para já…resta-nos um caminho (para além de marcarmos a nossa linha na areia e dizermos de forma clara “Não fazeis comigo farinha!” aos políticos que por aí rastejam impunemente)…termos políticos à séria…pessoas com carisma, com conhecimentos, com provas dadas, com experiência, com inteligência acima de qualquer suspeita…com defeitos sim, com erros na sua vida pessoal, com momentos dos quais se embaraçassem, o que seja, mas políticos que soubessem o que fazer e quando o fazer para o bem de todos e para melhorar a vida de todos!
Enquanto tivermos políticos que mais não tenham feito na vida que…ser políticos…que nunca tenham trabalhado um dia da sua vida em nenhuma outra coisa que não andarem pelos bastidores da politica nacional…que não sejam mais inteligentes, mais conhecedores, mais estudiosos, mais carismáticos, mais íntegros e honestos que qualquer outra pessoa que viva neste país…então teremos dado o nosso poder a um bandalho qualquer que não tem a mínima capacidade para nos conduzir em direcção a um futuro melhor…
Mais do que mudar sentidos de voto entre direita, esquerda, centro, trás, cima, baixo...importa mudar a qualidade dos indivíduos que nos são apresentados como alternativas nas quais votar…só nesse momento se poderá quebrar o ciclo de “poder aos incompetentes” que tem sido a constante da nossa democracia!
Seriamente nos digo…pior que eles eu não faria…aliás, poucos conseguiriam fazer pior…mesmo que se tivessem esforçado muito para o conseguir!
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